Eu acredito que a pior de todas as noticias é sempre a que uma pessoa muito querida tenha partido para nunca mais voltar.
Tamanha tristeza invadiu meu coração quando de repente ao abrir as redes sociais estavam varias pessoas emitindo notas de pesar a família da nossa querida Dona Rita de Tércio, assim como era popularmente conhecida, também carinhosamente chamada por muitos de Mãe Rita, Madrinha Rita, comadre Rita .
Hoje a cidade de João Dias vive uma data que marcaria a abertura de um mês festivo em alusões ao aniversário da cidade, porém os designos de Deus já haviam programado um outro tempo e agora não somente esta cidade como em muitos lares do Pais a tristeza visitou batendo a porta com a noticia de que foi morar com Deus uma das mulheres que muito dedicou toda sua vida ao povo de sua terra.
Dedicação, amor, esperança, consolo, caridade e todas palavras semelhantes ao coração de Deus poderíamos encontrar no olhar de Dona Rita. Ela que ao lado seu companheiro Tércio Ferreira ate os seus últimos dias de vida mostraram a este mundo que a força do bem foi e sempre será a maior virtude que se pode usar.
Há poucos dias atrás eu estive na casa de Dona Rita e sempre me recebia com tanta alegria e carinho, conversamos tanto e eu jamais poderia imaginar que fosse aquela a nossa ultima conversa, nosso ultimo abraço e na despedida ao beijar sua cabeça, ela me olhou bem dentro dos olhos e me disse: Fabinho apareça mais vezes viu, eu adoro quando você vem aqui.
Vou sentir muitas saudades dessa pessoa tão doce, humana, carismática, exemplo de fé e bondade.
Aqui na terra estamos tristes, mais eu tenho absoluta certeza que Céu vibra em festa com a chegada de uma luz tão cintilante.
Tenho um presente que Dona Rita me deu há muitos anos atras, quando ainda era menino e já frequentava sua casa, esse presente é o livro que o saudoso seu Tércio escreveu no ano de 1993 ( Há exatamente 22 anos) guardo essa preciosidade como uma joia rara.
Que Deus a receba no paraíso com muitos anjos em sua anunciação celeste, encontre o seu amado Tércio no caminho para a eternidade e assim não exista mais aquela saudade dolorida que um dia me contou que sentia.
Com uma mensagem de Tristeza descrevo versos em poesias:
Dona Rita foi um anjo que Deus aqui enviou
ao lado do querido Tércio o amor os enlaçou
somente a paz, a caridade e a esperança este casal
aqui plantou.
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A dor da morte é cortante, só sabe quem já viveu
o consolo só vem de Deus que leva os que morreu
agora foi Dona Rita, o próximo pode ser você e também pode ser eu.
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Para escrever estas linhas precisei de inspiração
não encontrava palavras com a triste emoção
mais lembrei que só acaba a matéria, o espirito não,
ele vive e reina dentro de cada coração.
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João Dias hoje é triste sei que vc percebeu
em cada canto da cidade e no facebook se leu
as palavras que diziam: Rita de Tércio morreu.
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De tantas ela foi Madrinha e de nenhum esqueceu
de fogueira ou de vela tinha o mesmo carinho seu
os seus afilhados choram e perguntam: porque Madrinha Rita morreu?
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Dia 02 agosto já era noite tarde e fria
o silêncio já pairava pelas ruas de Joao Dias
com a notícia da morte choro e grito se ouvia
o mês de agosto agora é triste acabou a alegria.
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Dentro de sua casa a todos sempre soube acolher
fosse filho de verdade ou se o destino escolher
gente boa como Dona Rita nunca era pra morrer.
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Jesus é o filho de Deus e ele só tem amor
peço em orações aos filhos que aqui ficou
para confortar a tristeza e a dor que nós causou
saudade é a palavra que Dona Rita deixou.
Escrito Por: Fábio Júnior Venceslau
Meus profundos sentimentos a minha amiga, sua filha Cotinha Francisca Chags, as netas: Mayara Verissimo, Tércia Veríssimo e toda família, que Deus misericordioso ajude-as a superar mais uma vez esse momento tão difícil.
Notas sobre a passagem de Lampião por Antônio Martins
Por José Romero Cardoso e Marcela F. Lopes
Quando da formidável marcha do bando de Lampião pelas veredas do oeste potiguar, intuindo objetivo maior, qual fora, atacar Mossoró, na época já considerada a segunda cidade do estado do Rio Grande do Norte, nenhum lugarejo sofreu mais que a localidade de Boa Esperança (hoje município de Antônio Martins).
Em 12 de junho de 2015 estivemos visitando a aprazível cidade, quando constatamos que continuam vivas as marcas deixadas pelo sinistro bando, não obstante mais de oitenta anos assinalarem a verdadeira faina maldita que deixou sinais evidentes de que as tristes horas jamais se apagarão da memória da simpática gente, embora a maioria não estivesse presente naqueles fatídicos momentos de terror e apreensão, tendo em vista que os mais velhos se responsabilizam pela transmissão dos fatos verificados naquele longínquo ano de 1927.
Lampião e seu bando posa em Limoeiro do Norte (CE), após ataque a Mossoró (Foto: reprodução)
Conversando com pessoas do lugar, houve ênfase ao que literato como Raul Fernandes, em A marcha de Lampião: Assalto a Mossoró, imortalizou em letras garrafais, pois, transmitidas de geração a geração, as histórias da presença do bando de Lampião em Antônio Martins denotam a perpetuação da memória sobre os mais absurdos atos ignominiosos perpetrados pelo banditismo rural sertanejo contra a indefesa população do lugar.
Boa Esperança em seu bucólico cotidiano esperava a banda da vizinha cidade de Martins, pois aproximava-se a festa do padroeiro Santo Antônio. Ao invés dos acordes amistosos, executando músicas tradicionais e conhecidas, despontou célere o bando de Lampião.
O lugarejo passou a ser literalmente revolvido, com cangaceiros se apossando de tudo e de todos, destruindo tudo que encontravam pela frente e praticando atos deliberados de vandalismo.
Cidadão de nome Vicente Lira foi aprisionado quando chegava à cidade. Lampião em pessoa colocou-o na frente da alimária. Pisoteado nos pés pelo animal montado pelo rei do cangaço, Vicente Lira segurou firme nas rédeas. Lampião não gostou, tendo desferido diversas cutiladas do seu punhal de lâmina perfurante no desditado sertanejo. Escapou milagrosamente, tendo morrido de morte natural muitos anos depois.
Irmãos que há tempos não se falavam foram amarrados em formigueiro. Seresteiro descontraído teve o violão enfiado cabeça a dentro, ficando o mesmo como espécie de colarinho.
Melancias foram atiradas contra frágeis cabeças, enquanto pulos do gato foram ensaiados, os quais consistiam em atirar para cima infelizes criaturas, para que as mesmas conseguissem, sem sucesso, a mesma performance dos cangaceiros quando das lutas nas caatingas.
Conceituado cidadão de nome Augusto Nunes teve armazém depredado, queimado, destruído na expressão literal do termo. Prejuízo incalculável que colocou por terra anos de trabalho árduo.
A esposa deste, de nome Rosinha Novaes, era preparada para seguir o bando, como refém. Já estava em cima de um burro quando gritou desesperada que se fosse na terra dela aquilo não aconteceria.
Indagada sobre qual terra era natural, tendo respondido ter nascido em Floresta do Navio, berço de cangaceiros e coiteiros, pertencente ao ramo dos Novaes, prima de Emiliano Novaes, serviu de senha para que o suplício maldito terminasse.
Lampião, avisado por Sabino Gório sobre a presença de uma pessoa da família Novaes em Boa Esperança, deu por encerrada a sessão de horror perpetrada pelos cangaceiros contra aquele povo pacato e trabalhador.
Boa Esperança deveu muito a Dona Rosinha Novaes pelo fim do terrível sofrimento que foi imposto pelo bando de Lampião quando de sua passagem inglória pelo simpático lugarejo.
A memória da população está acesa no que diz respeito aos malditos momentos que seus antepassados passaram nas garras do bando de Lampião, pois é consenso geral as amarguras deixadas pela horda comandada pelo mais audacioso cangaceiro de todos os tempos.
José Romero Cardoso e Marcela F. Lopes são professores e escritores
Fonte: Blog do Carlos Santos
FONTE: http://tudodeantoniomartins.blogspot.com.br/2015/08/notas-sobre-passagem-de-lampiao-por.html?showComment=1438580919942#c3055261051151697068
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