sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Antônio Martins RN







      Esposa, filhos, netos e bisnetas do Saudoso  Francisco Ferreira de Lima, conhecido por Geraldo de Colô, entristecidos com a sua partida, convidam parentes, amigos , familiares e toda a comunidade em geral para assistirem a missa de trigésimo dia que mandaram celebrar em sufrágio de sua alma neste dia 21 de Fevereiro de 2016
 ( Domingo) as 10 horas da manhã na
 Igreja Matriz de Santo Antônio.

 Desde já ficam os agradecimentos a todos que  se fizerem presentes.



Homenagem 


Texto: Via Facebook = Ubiracira Lima




19 de Fevereiro de 2016. 

Hoje o calendário marca a data em que se completa 30 dias do último suspiro do Senhor meu saudoso e amado pai. 

Acordei hoje na madrugada, pensando que já era dia, pra ter a certeza da hora, olhei o relógio e vi que era 01h30min horas da manhã. Mas acordei já relembrando o dia 19/01/2016.
 Em um primeiro momento ainda vivi a ficção da realidade, em um segundo momento pensei em olhar a agenda do meu celular e discar o número do celular do senhor, ainda assim, pensei em correr até o cemitério e abrir o túmulo onde está sepultado e te olhar novamente, foi quando cai na real e esperei o dia amanhecer mergulhada nas lembranças. Sentei-me à mesa da cozinha para tomar o café e lá estava a minha querida mãe sentada no lugar que o senhor sempre sentava para as refeições e para conversar sobre a vida.  Em seguida, ouvi por mais de  uma vez a trilha sonora que acompanhou o seu cortejo (quanto mais ouvia, mas vontade tinha de aumentar o volume.)

Meu amado pai, meu amigo, meu conselheiro, como é doloroso não poder mais contar com o senhor. Se não fosse a minha rotina diária, não saberia como sobreviver. Mas vou sobrevivendo dos melhores momentos, das coisas boas que fizemos. 

Relembro aqui a minha infância, de quando nos colocava naquele fusca amarelo para ver o trem passar. Das vezes que viajava e sempre trazia uma lembrancinha para seus filhos. Época de amor e fidelidade entre meus irmãos e minha mãe. Época em que o senhor com um olhar nos repreendia, época em que o nosso lar, era um palácio, onde o senhor era o rei, a minha mãe a rainha e nós irmãos todos príncipes/princesas.

 Relembro em minha memória da sua trajetória política, sempre muito disponível, sempre a favor do bem comum. Ainda lembro-me dos seus discursos políticos em noites de comícios. Tinha a política no sangue, não usava meias palavras, não se intimidava com os fortes oposicionistas, sabia um pouco de cada gente deste lugar, superou preconceitos. Lembro de algumas datas em que o senhor gostava de se fazer presente: quando cheava dezembro, a próprio punho enviava pelo correio um cartão de natal para todos os seus amigos, especialmente para os seus eleitores, e em época de semana santa o jejum, (como se falava na época) era uma atitude sua para quem a nossa porta batesse. Tempos de lutas, de conquistas, de sucesso, de destaque. Neste contexto deixa exemplo de bons princípios.

Assim como toda família, também tivemos problemas. Houve aqueles tempos em que a suave trilha sonora de nosso lar invertia o tom, o amor paterno precisou ser dividido, mesmo assim, mantinha o respeito, pois mamãe nunca nos ensinou a fazer o contrário. Tenho convicção de que tenho muito mais para louvar, para agradecer do que para reclamar. 

Hoje revivendo fatos, eu lembro que quando fui aprovada como recenseadora do IBGE, foi o senhor que andou os trechos mais esquisito  da Z. Rural para me ajudar, foi minha bússola( porque o senhor sabia de cor e salteado sobre cada comunidade rural, assim como conhecia cada pessoa das casas por onde passamos.

 Lembro do meu primeiro trabalho neste município que foi fruto do seu trabalho, mesmo assim me ensinou a caminhar com meus próprios pés, não sendo nunca preciso reivindicar pelas posições que alcancei. 

Lembro dos meus quatro anos de universitária, por sinal anos de lutas, de muitas dificuldades, de perseguição política.... em minha formatura tive a grande honra de tê-lo como meu padrinho, onde esteve presente em todos os atos de minha solenidade. Inclusive jamais poderei esquecer do meu baile de formatura, onde dancei a mais linda valsa da minha vida com o senhor. E depois da valsa ainda me lembro bem que dançamos um arrasta pé.... ( rsrsrsrsrs). Daí então, tudo que valia a pena enfrentar o senhor me encorajava. 

O senhor nos ensinou que em meio a disputa, onde o poder aquisitivo, o sobrenome e a cor prevalece, é preciso ser paciente e sábio para vencer.

 Em nossas rodas de conversas, sempre partilhei de minhas angústias, de meus sonhos, de minhas insatisfações, de meus louvores. Mas o senhor não alisava o coro, quando era preciso repreender não tinha esse negócio de nos poupar. Aliás, foi com o senhor que aprendi a nunca olhar no rosto de alguém e chamar de mentiroso(a). “aprendi isto em um fato que o senhor presenciou”.

 O senhor tinha uma certa visão de águia quanto as nossas amizades, as nossas escolhas. Entre estas e outras lindas recordações, eu amenizo a dor, porque fomos essenciais um ao outro, fomos cúmplices de boas escolhas. Além de pai foste meu professor.

A mais ou menos um ano, dois anos, atrás eu sempre dizia que não suportaria viver sem o senhor, e que preferia ir primeiro. E como é difícil..... As vezes preciso fazer uma viagem e não tenho mais o senhor no volante, não tenho mais o senhor para cuidar do transporte que o zelava com gosto. Aliás, a primeira vez que o retirei da garagem foi com o senhor do meu lado, e aí deu tudo certo. Mas teve um dia que ousei tirar sozinha e fiz um grande estrago. Ligue pro senhor que me acalmou.... sempre que  dividia um problema com o senhor, eu era revigorada com suas palavras. 
Papai, sei que está em outra dimensão e que segundo a bíblia está em um sono, onde mais nada deste mundo lhe pertence. Mas tem dias que eu não entendo porque no decorrer de oito meses tanta coisa nos aconteceu.

 Na verdade o senhor deixou de viver desde aquele dia em que sepultamos Júnior. Nossos sonhos pararam no tempo. Revelaste-nos nos primeiros meses que não sabia mais caminhar pelas ruas, que sentia-se fracassado, que via Júnior 24 horas em seus pensamentos, que ele lhe fazia muita falta. Mas a dor maior, era a forma como tudo ocorrera. Foram oito meses de enfermidade no corpo e na alma. Nos seus últimos dias faltavam-lhe palavras, as lágrimas caíam, as forças diminuíam. Lutamos juntos, renunciamos muitas coisas por todo amor que temos. Faríamos tudo de novo. Morreste no meio de nós. Nada do que falar é suficiente para expressar o meu amor, a minha saudade. 

Talvez eu tenha mudado meu jeito de conversar com Deus, mas ainda não perdi a fé. Rogo a Deus para que caminhe em nossa casa, nos oriente, nos encoraje, nos dê sabedoria para os empecilhos que surgem. Rogo a Deus para que revigore principalmente as forças da nossa mãe, uma mulher forte, íntegra, de uma beleza cristalina, que lhe soube cuidar, te amar de forma incondicional. Minha mãe te amou muito e continua com o mesmo sentimento relembrando a vida conjugal de cinquenta anos e três meses.

Meu pai, como diz aquela música, mas que tua filha eu virei tua fã. Eu vou seguindo, e vou procurar aprender viver as tuas lições. Quero preservar a tua memória. 
Muitas saudades..... muita falta.....



Vídeo - Homenagem

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