Temer quer melhorar popularidade
“É a economia, estúpido!” A frase que virou “case” de marketing eleitoral nos Estados Unidos na disputa de 1992 soa como um dogma no Brasil, mas parece cada vez mais distante nas sondagens de opinião pública. O diagnóstico foi feito pelo presidente Michel Temer, que, em conversa com aliados, tem se queixado da baixa popularidade.
“Todo mundo diz que quem decide se o governo é bom ou ruim é a economia. Mas o Brasil está criando empregos, as coisas começam a melhorar e eu não ganho nenhum ponto, não mexo uma vírgula nas pesquisas”, disse Temer ao deputado Paulo Pereira da Silva (SP), presidente do Solidariedade, um dia antes de a Câmara derrubar a denúncia contra ele por obstrução da Justiça e organização criminosa.
O presidente citou até os títulos de propriedade rural que o governo já entregou, desde meados do ano, ao lembrar que nem assim obteve mais apoio. Continua exibindo um dígito solitário, sempre na casa dos 3%.
A receita para aumentar o desempenho não tardou. “Você precisa ir na roça, só que sem gravata nem paletó. Não adianta ficar só nesses eventos com ar condicionado”, sugeriu Paulinho. Mais do que depressa, o presidente vestiu o figurino de homem do campo e pediu para o deputado ajudá-lo a organizar visitas a assentamentos.
O esforço de Temer para ultrapassar a barreira de um dígito é acompanhado de uma ofensiva do governo nas redes sociais. Mas até uma foto do presidente ao lado de seu cachorro Thor – postada no Twitter, no último dia 15 – foi alvo de críticas implacáveis. Intitulada “Domingo de Carinho”, a mensagem do peemedebista dizia: “A jornada é difícil, mas sempre há tempo para o Thor.”
‘Gente como a gente’
Usada por políticos de A a Z, inclusive pela presidente cassada Dilma Rousseff, a estratégia para suavizar a imagem de Temer e torná-lo “gente como a gente” até agora não deu certo. Sofrendo os efeitos da seca de Brasília, o Golden Retriever tinha fisionomia abatida. Seu dono, por sua vez, não escondia o desânimo.
Mesmo no Palácio do Planalto, muitos consideraram a ideia um desastre. Nos bastidores, o “fogo amigo” na equipe de comunicação continua até hoje. Com estilo formal e sem carisma, Temer apanha dia e noite nas redes sociais. Sem a segunda denúncia pela frente, porém, ele tentará vencer a crise política mostrando resultados na economia, em mais uma tentativa de conquistar aprovação e não chegar anêmico no ano eleitoral de 2018. Até agora, pesquisas em poder do Planalto indicam que a população não sente no bolso os efeitos da pífia melhora dos indicadores econômicos.
Sob o mote “Agora é Avançar”, a nova propaganda do governo terá referência ao futebol, na linha “O campeão voltou”. Tudo será reembalado para tirar do papel a teoria do craque de marketing político James Carville, autor da célebre frase “É a economia, estúpido!” na campanha de Bill Clinton à presidência dos Estados Unidos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo
Justiça do Trabalho é lenta, muito cara e pouco efetiva para o empregado
A Justiça do Trabalho é cara e está sobrecarregada, portanto não consegue dar conta dos processos que recebe.
Na maior parte das vezes, ela é acionada para garantir o acerto de verbas rescisórias não pagas, como saldo de salário e aviso prévio e, de modo diferente do que pensa o senso comum, não pode ser considerada “pró-trabalhador” —que recebe, em média, R$ 4.500 por reclamação.
O retrato foi construído pelo pesquisador André Gambier Campos, do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada), em estudo obtido com exclusividade pela Folha.
Para ele, a solução para o problema não seria reduzir a força da Justiça do Trabalho, mas aumentar os mecanismos de negociação antes que as disputas chegassem a ela.
Campos diz ainda que, ao ao perder a chance de fortalecer sindicatos e comitês laborais, a reforma trabalhista, aprovada pelo Congresso e prestes a entrar em vigor, poderia agravar a questão dos custos, pois tenderia a elevar a demanda judicial, já bastante pressionada.
Em 2011, 9% dos empregados que se desligavam das empresas buscavam a Justiça. Em 2015, esse contingente saltou para quase 18%.
Diante da alta procura, 3,8 milhões de novas reclamações foram recebidas pelas três instâncias da Justiça trabalhista apenas em 2015.
Outros 2,1 milhões de processos foram herdados de anos anteriores.
Um pouco mais de 66% do total conseguiu ser julgado naquele mesmo ano. Mas, repetindo a dinâmica de anos anteriores, quase 34% das reclamações acabaram deixadas para os anos seguintes.
Das demandas julgadas, as reclamações consideradas totalmente procedentes foram apenas 2% do total, embora a ideia de que a balança tombe para o lado do trabalhador seja bastante disseminada.
O estudo mostra que os resultados mais frequentes envolvem decisões parcialmente favoráveis, seja por meio de conciliações entre patrões e empregados (quase 40%), seja por meio de decisões de mérito (28%).
Mas, mesmo quando a Justiça se manifesta a favor do empregado, o valor devido demora a ser pago e, em alguns casos, não ocorre.
Em 2015, ano escolhido para o estudo, o prazo para receber a sentença na primeira instância foi de sete meses, em média. Nos tribunais regionais, as ações duraram oito meses e, nos superiores, um pouco mais de um ano.
A fase de execução é de longe a mais demorada, levando, em média, três anos e meio. Fase final de uma reclamação trabalhista, a execução é o momento em que o juiz determina o pagamento de direitos reconhecidos.
CUSTO ALTO
Além de vagarosa, a Justiça do Trabalho é cara. Custou R$ 14,2 bilhões à União em 2014 —valores de dezembro daquele ano—, consumidos em sua maior parte (80%) pela folha de salários de servidores, em especial magistrados, desembargadores e ministros do tribunal superior.
É como se, para ser julgada, cada reclamação custasse, em média, R$ 4.000.
O valor é próximo do montante médio pago pelo patrão ao empregado em cada reclamação julgada (R$ 4.500).
A contrapartida, em forma de arrecadação de tributos, ficou bem abaixo dos custos.
Em créditos previdenciários, custas processuais e IR, a União conseguiu arrecadar algo próximo a R$ 723 por reclamação, em média, em 2015.
Grosso modo, para cada R$ 1 pago aos empregados, a Justiça do Trabalho desembolsou R$ 0,91 e a União conseguiu arrecadar R$ 0,16.
“Não se trata de apequenar a Justiça do Trabalho, que é histórica e importante, mas não faz sentido para a sociedade gastar tanto dinheiro para julgar pequenos valores”, afirma Campos. *FolhaPress
Apenas 8% das operações bancárias no Brasil são em agências
O avanço da tecnologia e a radicalização cada vez maior das greves anuais dos bancários têm sido apontados como alguns dos principais fatores para o processo de fechamento de agências no Brasil e no exterior. Segundo a Pesquisa Febraban 2017, as transações bancárias de 2016, por meio de mobile e internet banking, representaram 57% do total. As operações realizadas em agências somaram apenas 8%.
O estudo da Federação dos Bancos reforçou a tendência crescente dos clientes por transações bancárias usando mobile e internet banking.
Os bancos brasileiros registraram 1,2 bilhão de saques (100 milhões a mais que em 2015) em caixas eletrônicos e agências, no ano passado.
O número de agências bancárias no País ainda registrou leve alta, passando de 22,9 mil, em 2015, para 23,4 mil em 2016.
A pesquisa da Febraban foi realizada pela Deloitte com a participação de 17 bancos, que representam 93% dos ativos do setor financeiro.
Dupla é presa em Luís Gomes após furto de motor
Dois jovens foram presos acusados de furtos no início da tarde de sexta-feira(27) quando se encontravam nas proximidades do Estádio Nia Torquarto. A dupla agiu na noite anterior na localidade denominada de Chapada, que fica próximo ao Hospital da cidade de Luís Gomes-RN.
De acordo com informações os acusados identificados por Junior Melqui e Jucirleudo Alexandre, de 19 anos, ambos moradores na terra de Santana, teriam furtado um motor bomba, Famac, modelo F5A, monofásico de 1/3 CV, de um senhor de 32 anos idade, após perceber a ação criminosa acionou os militares.
A dupla foi localizada pela guarnição composta pelos cabos Barbosa Neto e Gutemberg, comandada pelo sargento Bernailton.
Os larápios foram apresentados a 4ª DRPC em Pau dos Ferros para as providencias cabíveis. *Nosso Paraná.
Reforma política deverá tornar mais difícil renovação da Câmara
A população não deve esperar que a reforma políticatraga mais renovação ao Congresso, avaliam cientistas políticos ouvidos pela Folha. Pesquisadores apostam que as novas regras aprovadas no começo do mês –fundo público eleitoral, cláusula de desempenho e, a partir de 2020, fim das coligações proporcionais– devem beneficiar os grandes partidos e os políticos com mandato.
A cada eleição, o Brasil troca quase metade de seus 513 deputados federais. O índice é considerado alto, ainda mais se comparado ao de democracias mais tradicionais.
Nos EUA, a renovação da Câmara no último pleito, em 2016, foi de apenas 3%.
Após o fim da ditadura, a maior renovação na Câmara (62%) foi registrada em 1990, provável reflexo do ambiente de abertura democrática.
A taxa caiu nos pleitos seguintes e se estabilizou na casa dos 40%, sem grandes sobressaltos mesmo em períodos de escândalos ou de maior indignação popular.
Depois das manifestações de junho de 2013, por exemplo, previa-se uma mudança sem precedentes na Câmara, o que acabou não se confirmando. O índice foi de 47%.
“O cidadão só pode escolher o que é oferecido a ele. Os partidos decidem qual candidato terá mais recursos, mais destaque na TV. Para o candidato comum, que não seja famoso nem faça parte da cúpula da sigla, é difícil ter destaque”, diz Fernando Guarnieri, professor do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro).
A tendência é que essa dificuldade fique mais acentuada. Em substituição às doações empresarias, proibidas pelo STF desde 2015, o Congresso aprovou um fundo público de cerca de R$ 2 bilhões para a campanha de 2018.
Como haverá menos verba em jogo –os gastos declarados de todos os candidatos da última eleição chegaram a quase R$ 6 bilhões (valores atualizados)–, a influência dos caciques deverá ser ainda mais determinante.
Contribuirá para isso o fato de que, com o fim das coligações e a cláusula de desempenho, partidos com poucos votos ficarão fora da Câmara e não terão acesso a recursos públicos.
“Com a reforma, o poder dos líderes dos grandes partidos cresceu exponencialmente. O fundo público será a maior fonte de financiamento. E grande parte dele será distribuído pela direção partidária, que vai procurar privilegiar as apostas mais certeiras, os que já ocupam cargos públicos”, diz Guarnieri.
Suicídio passa ser a principal linha de investigação da Freira carbonizada em Caicó
Na noite deste domingo, a Perícia Criminal do ITEP descartou as duas primeiras suspeitas do que teria provocado o incêndio no quarto onde a Irmã Terenice Souza Vilas Boas dormia e, consequentemente, acabou morrendo carbonizada na madrugada de domingo, em Caicó.
O perito-criminal Luiz Antônio afirmou não ter encontrado nenhum vestígio de curto-circuito nem de vela no quarto da irmã, nas dependências do Educandário Santa Terezinha. Diante deste cenário, a principal linha de investigação passa a ser de suicídio.
Foi encontrado alguns vestígios dentro de um recipiente plástico que podem indicar a possível ocorrência de fogo posto, de forma voluntária, pelas circunstancias que estava o imóvel, provavelmente pela própria vítima.
De acordo com os peritos, não foi constatado vestígios de curto-circuito elétrico nas instalações, e sim, um líquido com odor característico. Os elementos serão reunidos para a conclusão do laudo para posteriormente ser entregue ao órgão solicitante. *Blog Jair Sampaio
RN deve ter mais de 4 mil empregos temporários no fim do ano, diz Fecomércio
Com o fim do ano se aproximando, os setores de Comércio e Serviços se preparam para receber consumidores dispostos a gastar com as compras de Natal, possíveis reformas e outros itens. Para atender os consumidores, estão previstas a criação de mais de quatro mil empregos temporários no Rio Grande do Norte para o final de 2017. O número é estimado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do RN (Fecomércio), com base em dados da Confederação Nacional do Comércio (CNC).
Segundo Fecomércio, serão criadas exatas 4,3 mil vagas temporárias no estado, o número é 10% maior do que o que verificado em 2016. Os segmentos que mais vão contratar são Vestuário, Calçados e Supermercados e Hipermercados.
Para o Brasil, a CNC prevê a abertura de 73,1 mil trabalhos temporários, após dois anos consecutivos de queda. Em 2016, foram criados 66,7 mil postos de trabalho. Os segmentos que mais irão contratar, como no Rio Grande do Norte, serão os de vestuário e no de hiper e supermercados. Além de serem os grandes empregadores do varejo, esses segmentos costumam responder, em média, por 60% das vendas natalinas, de acordo com a Fecomércio.
Ainda segundo a Federação, diante da perspectiva de retomada lenta e gradual da economia e do consumo dos brasileiros para 2018, a taxa de contratação desses trabalhadores temporários deverá a crescer após as festas de fim de ano. *G1 RN
Com sete casos por dia, latrocínios aumentam 58% no País em sete anos
O estudante Raphael Souza, de 19 anos, estava nas margens do canal de São Joaquim, na zona norte de Belém, quando foi abordado por dois homens que pediam o seu celular. Negou-se a entregar o aparelho e foi atingido com um tiro no peito, o que causou pânico no seu irmão, testemunha do crime. “É uma sensação ruim lembrar disso. Vi meu irmão morrer e nada pude fazer, porque também morreria se reagisse”, disse o parente, que prefere esconder a identidade e ainda vive com medo.
Duas pessoas chegaram a ser presas pela morte de Souza em setembro do ano passado, mas hoje estão soltas. Um adolescente de 17 anos foi liberado sem cumprimento de medida socioeducativa. O seu suposto parceiro, Júlio Oliveira, de 25 anos, disse à Justiça que foi o rapaz quem fez o disparo, conseguindo pouco tempo depois também sair da prisão. Em 2016, o Pará foi o Estado que teve a mais alta taxa desse tipo de crime, o latrocínio, no País: 2,4 por 100 mil habitantes.
Dados inéditos do 11.º Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que será divulgado nesta segunda-feira, 30, mostram que esse crime subiu 57,8% no País entre 2010 e o ano passado, quando houve 2,5 mil registros ou sete casos por dia. A análise do Fórum, que reúne números oficiais, é a mais relevante do setor. A organização reúne pesquisadores e policiais no debate de políticas públicas.
No total, foram 13,8 mil assassinatos durante roubos desde 2010. De acordo com especialistas, a crise econômica associada a problemas em programas estaduais de redução de criminalidade – que perderam investimentos – é um dos fatores para entender os indicadores. Com a recessão, em muitos Estados houve queda tanto da capacidade de policiamento nas ruas quanto de investigação.
O latrocínio tem punição pesada prevista no artigo 157 do Código Penal. A pena de prisão é de 20 a 30 anos, o máximo permitido pela lei brasileira.
Ainda assim, os bandidos não têm se desencorajado. No Rio, a situação é especialmente preocupante (mais informações na pág. A14). Pernambuco (cujo número de casos saltou de 114 para 167) e Espírito Santo (de 35 para 53) são outros que tiveram altas proporcionais relevantes. Pernambuco teve um programa considerado modelo em redução de mortes violentas, que perdeu força nos últimos anos.
A liderança é do Pará, que subiu uma posição em relação a 2016. Rondônia passou da 20.ª para a 7.ª posição; Pernambuco pulou nove posições, sendo agora o 8.º. Assassinatos cometidos durante roubos cresceram em 19 Estados, como Rio e Pará, entre 2015 e 2016.
A Secretaria de Segurança do Pará disse que esclareceu vários latrocínios e que o resultado disso já está no Judiciário. A pasta contesta os dados do anuário, afirmando que seu levantamento não bate com o resultado da pesquisa, mas não apresentou seus dados. O Ministério da Justiça e da Segurança Pública não comentou os dados.
Causas
O diretor executivo do Instituto Sou da Paz, Ivan Marques, associa o fenômeno ao crescimento dos crimes patrimoniais. “O latrocínio é um tipo de crime contra o patrimônio, não à toa as polícias falam que é o roubo que deu errado. Aumentando o roubo, como vimos em 2016, o latrocínio também vai crescer, gerando esses dados espantosos.”
Marques diz que há um conjunto de fatores que influenciam, entre eles o “momento econômico”. “O roubo produz uma sensação de insegurança ligada ao cerceamento da liberdade de ir e vir, levando as pessoas a mudarem hábitos. Com o latrocínio, esse sentimento é agravado, pois há violência letal.”
O Fórum divulgará nesta segunda os dados completos do anuário. O principal número esperado é o de homicídios totais de 2016. O balanço deve mostrar crescimento da violência, segundo apurou a reportagem.
Em relação a 2017, o Estado mostrou em agosto que o País já havia registrado 28 mil homicídios no primeiro semestre.
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