Somente 21% dos brasileiros conseguiram guardar dinheiro em dezembro
Dois em cada 10 consumidores brasileiros (21%) guardaram dinheiro em dezembro do ano passado, e 71% não conseguiram poupar nada.
Segundo dados do Indicador de Reserva Financeira do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), entre os brasileiros que não pouparam nenhum centavo, 40% justificaram o fato pela renda muito baixa, 17% por não terem nenhuma fonte de renda, 16% por terem sido surpreendidos por algum imprevisto e 13% por não terem controle dos gastos e disciplina para guardar dinheiro.
Os dados mostram ainda que 34% dos entrevistados afirmaram ter o hábito de poupar. Destes, 12% estipulam o valor a ser poupado e 22% guardam o que sobra do orçamento. Pouco mais da metade (51%) das pessoas ouvidas disseram que não têm hábito de poupar, nem têm reserva financeira. Além desses, 7% disseram que não poupam, mas já têm uma quantia reservada. O indicador ainda revela que metade dos brasileiros que dispõem de reserva financeira (49%) tiveram de sacar, em dezembro, parte dos recursos guardados. Os principais motivos foram imprevistos (14%), alguma compra (13%) e pagamento de dívidas (11%).
Para a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, o momento econômico limitou a renda das famílias, tornando a poupança de recursos ainda mais difícil, mas nem tudo deve ser atribuído à crise. “O alto desemprego e a queda da renda de fato pesam, mas também há negligência com as próprias finanças. Um controle adequado do orçamento pode fazer a diferença entre ter e não ter dinheiro sobrando no fim do mês”, afirmou Marcela.
Segundo Marcela, a questão da renda baixa de fato pesa, mas é preciso fazer esforço para poupar, mesmo que pouco por mês. “O hábito de poupar afasta o mau hábito de gastar mais do que se ganha, e assim, aos poucos, o consumidor cria uma reserva de emergência. É necessário fazer uma avaliação do orçamento, identificando o que pode ser cortado. Muito provavelmente, para montar uma reserva financeira, o consumidor terá de abrir mão de algo.”
O levantamento mostrou também quer o principal objetivo de 37% dos brasileiros que poupam é reservar uma parte do salário para lidar com uma eventual doença ou outros problemas do dia a dia. O desejo de garantir um futuro melhor para a família é o motivo de 24%. Em seguida, vêm a vontade de viajar (22%) e de fazer uma reserva para o caso de ficar desempregado (21%). Em média, o valor poupado em dezembro foi de R$ 571,91.
Entre os entrevistados que costumam economizar, 57% colocaram o dinheiro na poupança. Em seguida, vêm aqueles que costumam guardam o dinheiro em casa (27%) e os 17% que deixam na conta corrente. Outras opções mais rentáveis de investimentos, porém menos citadas pelos poupadores, são os fundos de investimento (9%), previdência privada (8%), Tesouro Direto (7%), certificados de depósito bancárrio CDBs (5%) e ações (5%).
Marcela Kawauti destacou que as escolhas revelam um perfil conservador e pouco atento à rentabilidade. Ela alertou para a facilidade de transferir o dinheiro da conta corrente para a poupança. “Assim, o consumidor consegue uma rentabilidade que, apesar de pequena, é maior do que zero. A poupança serve a alguns propósitos por ser uma opção com alta liquidez., mas, principalmente para aqueles que têm objetivos de longo prazo, hoje há muitas informações disponíveis sobre modalidades de investimento com rendimento maior, sem grandes riscos.” *Agência Brasil
Das 15 medidas da nova agenda econômica que substitui a reforma da previdência, 11 são requentadas
O governo apresentou nesta segunda-feira (19) uma lista de 15 pautas prioritárias para a área econômica no Congresso a serem tocadas ainda neste ano diante da decisão de desistir de aprovar a reforma da Previdência antes da eleição presidencial.
Dessas, 11 são projetos de lei que já tramitam no Congresso, como a reoneração da folha de pagamento, o novo cadastro positivo, uma regra para distrato de imóveis e a privatização da Eletrobras. Esses temas enfrentam resistência de parlamentares.
Também estão na pauta projetos que alteram a Lei de Responsabilidade Fiscal, a Lei das Licitações e regras sobre agência reguladoras e empresas estatais.
O governo tenta ainda aprovar duas medidas que podem afetar o mercado de crédito (a duplicata eletrônica e uma nova opção para regular a quantidade de dinheiro na economia) e uma legislação para evitar que servidores recebam acima do teto do funcionalismo público (hoje de R$ 33.763,00).
As quatro medidas que foram apresentadas como possíveis temas de novos projetos são a autonomia do Banco Central, a reforma do PIS/Cofins, a atualização da Lei Geral de Telecomunicações e a extinção do Fundo Soberano.
FORMATAÇÃO
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que a mudança no PIS/Cofins, primeira etapa de uma reforma tributária, está em fase de formatação final na Receita Federal.
Sobre o projeto que dá autonomia ao Banco Central, Meirelles afirmou que é uma questão discutida há bastante tempo, mas que nunca houve uma decisão política.
O ministro disse também que a aprovação da pauta prioritária pode ter um impacto maior em 2018 do que a reforma da Previdência. “A Previdência é fundamental, pois tem um efeito de longo prazo. Agora, as medidas fiscais equacionam o curto prazo, 2018, e colaboram com 2019.”
Na entrevista, convocada de última hora, não foram apresentados números sobre o impacto orçamentário dessas medidas.
O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, afirmou que, embora não tenham sido incluídos nessa pauta, continuam sendo prioritários o adiamento do reajuste dos servidores, a mudança na tributação de fundos exclusivos e a alteração da alíquota previdenciária dos funcionários públicos.
O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse que, apesar da impossibilidade da aprovação da reforma da Previdência, a gestão de Michel Temer continua sendo “reformista por excelência”.
PLANO B
11 das medidas já tramitam no Congresso
> Mudança na lei de licitações
> Mudança na Lei de Responsabilidade Fiscal
> Regulamentação do teto do funcionalismo
> Desestatização da Eletrobras
> Aumento na autonomia da agências reguladoras
> Criação de depósitos voluntários no BC para regular dinheiro na economia
> Redução da desoneração da folha de pagamentos
> Programa de recuperação e melhoria empresarial das estatais
> Nova regra para o cadastro positivo
> Duplicata eletrônica
> Distrato de imóveis
NOVAS MEDIDAS
> Reforma do PIS/Cofins
> Autonomia do BC
> Atualização da Lei Geral de Telecomunicações
> Extinção do Fundo Soberano
Litro de gasolina sai da refinaria por R$ 1,51 e chega ao consumidor por mais de R$ 4,35
A Petrobras divulga a partir desta segunda-feira, 19, em seu site, o preço médio do litro de gasolina e do diesel em suas refinarias e terminais no Brasil. Os valores não consideram os impostos pagos pelo consumidor. Conforme a tabela da Petrobras, a gasolina é vendida por R$ 1,51.
O que chama a atenção é que na bomba, os consumidores, a exemplo de Mossoró, chegam a pagar mais de R$ 4,30. Já o diesel, segundo a tabela da empresa, é comercializado a R$ 1,71. Em Mossoró, o combustível pode ser encontrado, por exemplo, por R$ 3,55 (comum).
Esses novos valores divulgados hoje pela Petrobras começarão a vigora a partir desta terça-feira, 20, em todo o país. Segundo a Petrobras, a média nacional considera os preços à vista, sem encargos, praticados nos diversos pontos de venda, que variam ao longo do território nacional, para mais ou para menos em relação à média.
“As revisões de preços feitas pela Petrobras podem ou não se refletir no preço final ao consumidor. Como a legislação brasileira garante liberdade de preços no mercado de combustíveis e derivados, a mudança no preço final dependerá de repasses feitos por outros integrantes da cadeia de combustíveis”, informou a empresa.
Reajuste acumulado
Segundo os dados da ANP, o preço médio da gasolina em outubro de 2016 – quando foi adotada a nova política de preços da Petrobras – era de R$ 3,69 por litro. Em fevereiro de 2018, havia subido para R$ 4,23 o litro. Houve, portanto, uma variação de 54 centavos. Neste total, os ajustes feitos pela Petrobras respondem por 9 centavos, ou seja, um sexto do ajuste total.
No caso do diesel, o preço médio em outubro de 2016 era de R$ 3,05 por litro. Em fevereiro de 2018, havia subido para R$ 3,40 o litro. Houve, portanto, uma variação de 35 centavos. Neste total, os ajustes feitos pela Petrobras respondem por 12 centavos, ou seja, cerca de um terço do ajuste total.
Não há mudanças na política de preços da Petrobras
A política de preços da Petrobras para diesel e gasolina não teve alterações. Os preços dos derivados são atrelados aos mercados internacionais e podem variar diariamente, como outras commodities, a exemplo da soja, do trigo e do aço. De acordo com as cotações internacionais, pode haver manutenção, redução ou aumento nos preços praticados nas refinarias.
GLP comercializado para botijão de gás de cozinha custa R$ 23,16
O site da Petrobras também passa a informar o valor médio do GLP residencial comercializado pela Petrobras às distribuidoras para envase em botijão de gás de cozinha. Atualmente, seu preço médio sem tributos é equivalente a R$ 23,16 por botijão de 13kg.
Em janeiro, a Petrobras divulgou a revisão da política de preços do GLP de uso residencial com o objetivo de reduzir a volatilidade de preços do produto. A revisão alterou a frequência dos reajustes de mensal para trimestral e introduziu um mecanismo de compensação pelas diferenças entre os valores que seriam praticados pela política anterior e aqueles adotados pela metodologia atual, sem, portanto, impactar negativamente o resultado da companhia. A referência continua a ser o preço do butano e propano comercializado no mercado europeu acrescido de margem de 5%.
Veja aqui conteúdo exclusivo para a imprensa sobre política de preços da Petrobras.
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