Pesquisadores revelam qual o salário ideal para ser feliz
Já falamos um monte de vezes aqui na SUPER que dinheiro traz felicidade, sim – mas depende. Alguns estudos dizem que depende de como você gasta. Outros, que o importante é a riqueza relativa – ou seja, ser mais rico que os seus amigos já basta.
Agora, um grupo de pesquisadores americanos defende que a relação dinheiro x felicidade é uma parábola: conforme o dinheiro aumenta, a felicidade tende a ir junto… Até certo ponto. Depois, o salário pode continuar aumentando, mas a satisfação com a vida começa a cair.
Quanto dinheiro você precisa ter para atingir o topo da parábola, o ápice da felicidade? Esse foi o cálculo que os pesquisadores publicaram na revista científica Nature Human Behaviour.
A resposta varia de acordo com o lugar em que você vive. Na média, você precisa ganhar US$ 95 mil (uns R$ 315 mil) por ano para atingir a satisfação máxima com o que os cientistas chamam de “avaliação de vida”. Isso quer dizer que, ganhando uns 25 mil reais por mês, você vai ser capaz de olhar pra sua vida como um todo e pensar: “Fui feliz! Sou feliz! Serei feliz!”.
Um tipo menos profundo de felicidade exige menos dinheiro. Ganhando de US$ 60 mil a US$ 75 mil por ano (entre R$ 200 mil e R$ 250 mil – por volta de de R$ 20 mensais), você chega ao ponto ideal de felicidade no dia a dia, com menos emoções negativas que positivas. A conta, infelizmente, é individual: se com esse salário, você precisar bancar filhos, por exemplo, o número tende a ser ainda mais alto.
Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores analisaram da Gallup World Poll, uma pesquisa internacional que entrevista 1,7 milhões de pessoas, em 164 países, sobre os mais diversos assuntos.
Mas lembra que a relação dinheiro x felicidade varia por localização? Os pesquisadores refizeram o cálculo por região, e chegaram a números bem diferentes. Em geral, em países mais ricos, é muito mais caro chegar a esse ponto ideal de salário da felicidade. Na Austrália, por exemplo, custa US$ 125 mil dólares (R$ 410 mil ao ano) para atingir aquele tipo mais profundo de felicidade. Já na nossa América Latina, é muito menos: “só” US$ 35 mil (R$ 115 mil ao ano). Levando os números do estudo ao pé da letra, temos que basta um salário líquido de R$ 9,5 mil. Pois é: nem precisa ter salário de juiz para ser feliz.
Agora, a parte realmente polêmica do estudo é afirmar que ganhar mais do que esse “ideal” pode fazer mal para a sua felicidade. Os pesquisadores encontraram essa relação em 5 das 9 regiões estudadas inclusive aqui, na América Latina.
O impacto não era sentido nas emoções do dia a dia. Mas cobrava o preço naquele tipo mais profundo de felicidade. Ao olhar para trás, para a sua vida toda, as pessoas que ultrapassavam certo limite de renda se sentiam significativamente menos felizes que as pessoas que não ultrapassaram o “teto salarial” da felicidade. A satisfação com a vida que eles construíram era menor.
É fácil imaginar o motivo. “Salários tão altos costumam ser acompanhados por grandes demandas de tempo, trabalho e responsabilidade, que também limitam o tempo para experiências positivas”, explicam os autores. Inclua aí ver os filhos crescerem, tirar as férias dos sonhos, reler o livro favorito. A pesquisa é nova, mas a conclusão é a mesma: dinheiro traz felicidade, sim – mas depende. *Super Interessante
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Cadastro positivo ajuda 4 em 10 devedores
Quatro em cada dez consumidores que aderiram ao Cadastro Positivo melhoraram a pontuação, o que pode facilitar a tomada de empréstimos a juros menores. No entanto, 22% pioraram o score após incluírem o nome na lista, mostra levantamento da Serasa Experian obtido pela Folha. Para o restante, 38%, nada mudou.
O Cadastro Positivo é um banco de dados que busca concentrar informações financeiras dos consumidores. Pelas regras atuais, a pessoa precisa aderir ao sistema para que possa fazer parte dele. Atualmente, 6 milhões de consumidores estão inscritos.
O apelo para participar é que, com todo o histórico de pagamentos, instituições financeiras podem distinguir melhor bons e maus pagadores, e dar condições favoráveis de crédito para o primeiro grupo. O acesso a mais informações também ajudaria a melhorar a pontuação de quem paga em dia as contas de água, luz e telefone, por exemplo.
As notas no cadastro positivo vão de 0 (para devedores em situação mais complicada) a 1.000 (para quem paga tudo rigorosamente em dia). O levantamento da Serasa focou naqueles com até 300 pontos, com mais risco de inadimplência nos próximos 12 meses.
A Serasa comparou o histórico financeiro (dívidas, datas de pagamentos de contas e de financiamentos em geral) antes e depois da inclusão no Cadastro Positivo.
Os dados mostram que após a inclusão, de posse de dados adicionais sobre o comportamento do consumidor, foi possível melhorar a pontuação de 40% dos analisados. A Serasa não divulgou o número exato de consumidores monitorados.
BENEFICIADOS
A melhora foi possível porque a base de dados é mais ampla no cadastro. Exemplo: uma pessoa pode aparecer na lista de devedores de uma loja por atraso no pagamento de uma máquina de lavar roupa, mas no cadastro é possível ver que ela pagou em dia celular e conta de luz –o que melhora a sua nota.
“Com um score melhor, a tendência é de que as pessoas tenham condições de juros melhores. Mais pessoas vão ter o crédito aprovado”, diz Julio Guedes, diretor de Decision Analytics da Serasa.
Guedes afirma que, se for aprovada a adesão automática ao cadastro, conforme previsto em projeto de lei do senador Dalírio Beber (PSDB-SC), mais bons pagadores serão beneficiados.
“O próprio Henrique Meirelles [ministro da Fazenda] acredita que, com o cadastro positivo, empresas e bancos vão conhecer melhor os clientes, diminuindo taxas de juros. É uma ação que impacta o PIB [Produto Interno Bruto] e pode contribuir para o crescimento do país”, avalia.
Em outubro do ano passado, o ministro da Fazenda fez uma defesa pública das vantagens do Cadastro Positivo.
O tema também está na agenda do Banco Central como mecanismo para reduzir os spreads bancários –diferença entre a taxa de juro de captação e empréstimo, que inclui custo administrativo e inadimplência.
Mas a pontuação também piorou para uma parte do público, reconhece o diretor da Serasa. “Quando você tem mais dados, pode ser que a gente descubra que tem mais gente devendo, então o score [do devedor] piora”, diz.
Segundo o levantamento, os consumidores da região Norte seriam os mais beneficiados pelo banco de dados: 86,4% melhorariam ou manteriam a pontuação nos próximos 12 meses.
“As regiões com faixas de renda inferior têm menos dados disponíveis sobre o consumidor. Quando você não tem tantos dados para conceder o crédito, acaba não fazendo uma avaliação tão boa da pessoa, e ela acaba ficando com uma pontuação mais baixa”, afirma.
Bancos e birôs de crédito defendem a adesão automática dos consumidores ao banco de dados, em possibilidade aberta pelo projeto do senador tucano, que, no momento, aguarda a apreciação na Câmara dos Deputados. O texto foi aprovado em outubro passado no Senado.
Adesão
Hoje, o consumidor precisa se inscrever no cadastro, aprovado em 2011. Com o chamado “opt-out”, todos seriam automaticamente incluídos na lista. Quem não quiser entrar tem de pedir a retirada do nome.
O projeto de lei que passou no Senado também deixa mais claro quem forneceria as informações para o banco de dados. Além de bancos, a relação incluiria administradoras de consórcios e prestadores de serviços de água, esgoto, gás, luz, telecomunicações, por exemplo.
As empresas que consultarem o sistema terão acesso apenas à nota de crédito do consumidor. Se quiserem conhecer o histórico de pagamentos ou informações mais detalhadas, precisam pedir autorização.
Entidades de defesa dos direitos do consumidor criticam o projeto. O Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) avalia que as mudanças são “abusivas” e desrespeitam o Código de Defesa do Consumidor.
“Fizemos pesquisas em anos anteriores que mostraram que as pessoas que aderiram ao cadastro não tiveram nenhuma modificação significativa no acesso a crédito”, diz Rafael Zanatta, advogado do instituto.
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